Primeira Carta – Em que se abre o coração e se semeiam ideias
Julho de 2025
Ao prezado Leitor,
Permita-me tomar-lhe alguns instantes, neste início de jornada, para saudá-lo com sincera estima e confidenciar-lhe os anseios que embalam a fundação deste espaço que ora se abre ao mundo — um modesto jornal de ideias, um relicário de pensamentos, um refúgio para os que ainda creem que o saber é caminho, farol e abrigo.
Nas páginas do Entre Ciclos e Códigos, não encontrará Vossa Senhoria apenas letras jurídicas — ainda que estas por aqui se façam presentes, com o rigor da lei e a delicadeza do raciocínio — mas encontrará sobretudo humanidade. Desejamos que cada artigo, crônica ou ensaio lhe toque a mente, sim, mas também o coração. Que, por entre a secura dos códigos, surja o frescor da vida; que, por entre as linhas da norma, pulse a carne do mundo.
Não nos move o culto à erudição estéril, nem o desejo de sermos mais que outros. Antes, movemo-nos pela esperança de compartilhar. Compartilhar dúvidas, descobertas, lampejos e silêncios. Queremos conversar com o estudante que, de olhos cansados, busca um sentido em meio às doutrinas. Com a advogada que sente, entre processos, o peso e a poesia de ser mulher no Direito. Com o cidadão comum que, mesmo sem toga ou diploma, intui que há justiça para além dos tribunais.
Nosso estilo, por vezes confessional, por vezes investigativo, será sempre sincero. E nosso propósito, tão simples quanto profundo: edificar pontes entre o conhecimento jurídico, a experiência humana e o tempo que vivemos. Aspiramos a deixar, não um monumento de vaidades, mas um vestígio de afeto e de consciência no solo por onde caminhamos.
Sonhamos, por fim, com um mundo onde as palavras tenham o poder de curar, instruir e transformar — ainda que uma a uma, como se costurássemos, com paciência antiga, o tecido de um amanhã mais digno.
Receba, pois, esta carta como um convite. Volte sempre. Questione. Participe. Este espaço é tão seu quanto nosso.
Com estima e esperança,
Entre Ciclos e Códigos